Natureza ao centro

O blog do núcleo do centro da Liga para a Protecção da Natureza

novembro 11, 2004

CONCLUSÕES DO CONGRESSO INTERNACIONAL ECOSSISTEMAS AGRÍCOLAS E RIQUEZA BIOLÓGICA", CASTRO VERDE

O Congresso Internacional, realizado em Castro Verde nos dias 31 de Outubro e 1 de Novembro, congregou agentes da conservação e do mundo rural e afirmou, mais uma vez, a estreita ligação entre as políticas agrícolas e de desenvolvimento rural, a conservação da natureza e a qualidade de vida das populações rurais. Para o sucesso desta relação são de especial importância instrumentos como a Rede Natura 2000, a Política Agrícola Comum e os financiamentos da União Europeia nas áreas do desenvolvimento rural e regional.

Registaram-se recomendações à escala europeia que passam, entre outros, por garantir fundos financeiros para a gestão sustentável da Rede Natura 2000 através do reforço dos mecanismos disponíveis no eixo 2 da Política Agrícola Comum; do Life; do Leader + e do Plano de Desenvolvimento Rural Europeu.

À escala nacional, exige-se uma articulação eficiente de políticas e acções entre as tutelas da Agricultura e do Ambiente ao nível do governo e das suas estruturas desconcentradas; uma definição clara da gestão das áreas classificadas na Rede Natura 2000, nomeadamente do plano de gestão sectorial e Reforça-se a certeza da importância do instrumento "plano zonal".

O resumo das conclusões pode ainda ser consultado em www.lpn.pt.

novembro 10, 2004

No café com...

Já está agendado o próximo debate da série "No café com...", para o dia 30 de Novembro às 18:00, em local ainda incerto mas que será confirmado dentro de dias. O tema é "As crianças e o ambiente", e esperamos ter a participação de dois especialistas nacionais em educação ambiental, o que também será confirmado em breve.

novembro 04, 2004

Da necessidade de legislação de protecção aos carvalhos, parte II

Os montados são um exemplo bem visível da incoerência legislativa nacional, dado que todos os montados são zonas protegidas pelo actual quadro legislativo, excepto os de carvalho-negral (Quercus pyrenaica), os quais ocorrem com alguma relevância na zona centro do País.

Neste contexto as principais razões para a criação de um estatuto de protecção para as espécies de carvalhos mencionadas (ver parte I deste texto) são diversas:
I. São espécies com elevado valor patrimonial, dada a ligação estreita que apresentam com a história e a cultura do nosso país e do nosso povo. Atente-se, a título de exemplo, na numerosa toponímia em que figuram as palavras: “carvalho” e “carvalhal” e nos nomes de família a ela associados.
II. Dada a raridade da existência de carvalhais adultos, o valor patrimonial destas espécies torna-se ainda maior e o mesmo podemos dizer do seu valor paisagístico.
III. São espécies com um enorme valor ecológico dado que são a base de ecossistemas com uma elevada biodiversidade e em equilíbrio com as condições locais de clima e de solo.
IV. Enquanto florestas com um longo ciclo de vida, permitem a imobilização de carbono durante longos períodos de tempo, contribuindo assim, de forma eficaz, para a redução de gases de efeito de estufa.
V. Podem ser importantes fontes de matéria-prima enquanto fornecedores de madeiras nobres para mobiliário, por exemplo, cuja indústria suporta mais postos de trabalho que a de produção de papel.
VI. Constituem um recurso cujo valor de mercado directo, pela madeira, e indirecto, pelos bens produzidos, (paisagem, recreio, mel, etc.) seguramente aumentará. Apostar na sua conservação é proceder a uma valorização fundiária e económica do futuro do nosso país para as gerações vindouras.
VII. Constituem florestas com características favoráveis em termos de prevenção contra incêndios, dado que são espécies pouco inflamáveis e com uma grande capacidade de regeneração após o fogo.

Os carvalhais são assim um património inestimável que diz respeito a todos nós e não apenas aos detentores do terreno onde existem, o qual urge preservar de forma a que não se perca.

setembro 24, 2004

Alteração de local

O debate "No café com... Domingos Xavier Viegas e António Dinis Ferreira" subordinado ao tema "As florestas, os incêndios e o Protocolo de Quioto", do próximo dia 28 pelas 18:00, vai decorrer no Ateneu de Coimbra, e não no Teatro Académico de Gil Vicente, como chegou a ser anunciado neste blog. Mudem lá as vossas agendas e apareçam.

FIM DE SEMANA EUROPEU DE OBSERVAÇÃO DE AVES

Esta é uma iniciativa à escala europeia da associaçãoBirdLife International e decorre no fimde-semana de 2 e 3 de Outubro. Em Portugal, a coordenação e divulgação é assegurada pela SPEA- Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves. Como não podia deixar de ser, a LPN associou-se a esta iniciativa e organiza diversas saídas de campo. Cada saída será guiada por um colaborador com experiência em observação de aves que irá auxiliar todos os que se desloquem ao local para participar nas actividades. As actividades são gratuitas e uma excelente oportunidade para se familiarizar com a beleza e diversidade da família das aves, não perca! Para mais informações sobre o Fim-de-semana Europeu de Observação de Aves contacte a SPEA através do telefone 21 3220430 ou consulteo endereço electrónico www.spea.pt As saídas e actividades organizadas pela LPN são as seguintes:

FESTIVAL MUNDIAL DE AVES
O Fim-de-semana Europeu de Observação de Aves será o mote de partida para o Festival Mundial de Aves e que se traduz na organização, no nosso país, de diversas iniciativas, nomeadamente saídas de campo, cursos, palestras, visitas, etc.O Congresso Internacional “Ecossistemas Agrícolas e Riqueza Biológica– Principais ameaças e medidas de conservação” e o Workshop Internacional “Conservação de Falco naumanni” estão inseridos neste festival. Não se esqueça de efectuar a sua inscrição. Data e local: Congresso – 31 de Outubro a 1 deNovembro, Castro Verde; Workshop – 29 e 30 de Outubro, Castro Verde. Contactos: Sónia Fragoso, LPN, Estrada do Calhariz de Benfica, 187, 1500-124 Lisboa Telefone: 217780097 Fax: 217783208peneireiro.torres@lpn.pt

Saída de campo para observação de aves estepárias
Data e Local: 3 de Outubro, Castro Verde. Local de encontro: Centro de Educação Ambiental de Vale Gonçalinho, 10h00. Contactos: Centro de Educação Ambiental de Vale Gonçalinho, Herdade de Vale Gonçalinho, Apartado 84, 7780 Castro Verde Telefone e fax: 286 328
309 lpn.cea-castroverde@clix.pt

Festival Mundial de Observação de Aves em Sagres
Data e Local: 2 de Outubro, Sagres. Locais de Encontro:8h00 no parque de estacionamento do Cabo de S.Vicente, Sagres; 09h30 no largo da estação da CP em Portimão; 10h30 no Café “O Vigia”, na estradaSagres/Cabo de São Vicente. Contactos: LPN Algarve, Apartado 439, 8500 Portimão. Telefone: 966342876 (Elisabete Rodrigues),963910878 (Alexandra Cunha)
ou 912231543 (Jill Lloyd) lpn_algarve@yahoo.com

SESSÃO DE ANILHAGEM DE PASSERIFORMES MIGRADORES
Data e Local: 3 de Outubro, Sagres. Local de encontro: 8h00 Café “O Vigia” – Praia de Beliche Contactos: LPN Alentejo, Rua de Machede, 53 A,7000-864 Évora. Telefone e fax: 266709564 ou 968092353 (Carlos Cruz) lpnalentejo@mail.telepac.pt

setembro 10, 2004

Da necessidade de legislação de protecção aos carvalhos, parte I

Os carvalhos têm elevado valor económico e patrimonial, bem como uma ligação estreita com a história e a cultura do nosso país e do nosso povo. Actualmente, existe apenas legislação dirigida à protecção e condicionamento do abate de sobreiros e azinheiras (169/01); para as outras espécies do género Quercus apenas existe o vazio legal, o esquecimento por parte das autoridades e algum desconhecimento do público em geral acerca do papel que estas espécies desempenham no nosso país.

Todos os estudos indicam que Portugal foi, outrora, um país com uma floresta bem diferente daquela que hoje temos. Terá sido uma floresta em que as espécies dominantes eram sobretudo folhosas, nomeadamente quercíneas, onde se incluem o sobreiro e a azinheira.

Já vem de longa data a primeira legislação de protecção ao sobreiro a qual foi seguida pela da azinheira, ambas as espécies largamente representadas no Sul do País. De todas as espécies referidas acima, são as que conservam áreas extensas devido quer à legislação de protecção, quer à sua importância económica, quer devido ao facto de se encontrarem em zonas de latifúndio. No entanto sorte diferente tiveram as restantes espécies do género Quercus, nomeadamente Quercus faginea subsp. broteroi e subsp. faginea (Carvalho-cerquinho ou português), Quercus robur (Carvalho-alvarinho), Quercus pyrenaica (Carvalho-negral) e Quercus canariensis (Carvalho-das-Canárias). Confinados a zonas do país com uma estrutura fundiária menos favorável à conservação de manchas florestais extensas e com tradições de práticas de pastoreio livre, os carvalhais foram desaparecendo do nosso território, levados pelo machado, pelo fogo, pelo pastoreio, pela construção de infra-estruturas e, mais recentemente, pela substituição por outras espécies concorrenciais. O que hoje existe são singelos resquícios de florestas outrora frondosas e extensas. Torna-se assim incompreensível que, face a esta situação, os carvalhos não tenham qualquer estatuto de protecção no nosso País.
Contrariamente ao que acontece com o sobreiro e com a azinheira, qualquer proprietário por sua livre iniciativa pode abater carvalhos, sejam eles plantas jovens ou árvores multisseculares.

Actividades para Setembro:

22- Entrega dos prémios do concurso de fotografia "O Carvalho-cerquinho", e exposição dos trabalhos a concurso, na Escola Superior Agrária de Coimbra. Organização conjunta da LPN centro e núcleo de estudantes de engenharia florestal da ESAC.
28- "No café com..." (ciclo de debates que está quase a fazer um ano de existência) Tema para este mês: "A floresta, os incêndios e o protocolo de Quioto". TAGV, 18:00

setembro 09, 2004

Apresentação

O núcleo do centro da Liga para a Protecção da Natureza inicia-se assim na blogosfera, tentando criar um espaço de debate sobre o ambiente, com especial incidência na região centro do país. Queremos também com este blog dar visibilidade às actividades do núcleo, e possivelmente atraír pessoas interessadas em trabalhar, discutir, intervir, enfim, participar e exercer a sua cidadania.